A análise do discurso: frente a realidade social

Resumo: Ao tratar do tema que acossa a sociedade em seu aspecto mais sofrido, é de bom tom se permitir adentrar nos grupos de pessoas que se revestem de uma vivência muitas das vezes muito diferente do todo, mas que escolheram aceitar o discurso, carregado de promessas, com pretensões muito acima do possível, mas que consegue com sua envergadura iludir e arrebanhar milhares de pessoas, de todas as classes sociais, evidentemente, aquele que já tem muito pouco, ao ser iludido pelo discurso tem muito mais a perder do que aquele que aceitando o discurso, mais possuem bens e condições especiais de vida, recebem bônus para assim o fazer; enfim, a proposta e desvendar o que vem por trás deste discurso e o quando ele pode trazer de atraso quando aceito por grande parte da população.

Palavras chaves: Discurso; Direito; Sociedade.

Sumário: Introdução; 1.O efeito do discurso para as massas; 2.A realidade social pós o discurso; Conclusão.

Introdução

A sociedade nos dias atuais é apontada como enferma. Neuroses, psicoses, delírios e uma vasta casta de doenças referentes a seu estado mental tem sido diagnosticado e afirmando nos últimos anos que se está tentando encontrar uma forma da pessoa conviver com estas chamadas “doenças”.

Nesta esteira é de bom alvitre rever o que Lacan traça, nesta forma de pensamento:

É perceptível que Lacan perceba os efeitos do discurso ao tratar do tema, demonstrando que este método pretende apenas estar vislumbrando apenas a periferia do problema, não se fazendo residir no centro da questão suscitada:

“De que se trata nesses testemunhos delirantes? Não digamos que o louco é alguém que vive sem o reconhecimento do outro. Se Schreber escreve essa obra enorme é justamente para que ninguém ignore a respeito do que ele sofreu […]. Isso se propõe justamente como um esforço para ser reconhecido. Já que se trata de um discurso publicado, um ponto de interrogação é suscitado pelo que pode bem querer dizer, nessa personagem tão isolada por sua experiência que é o louco, a necessidade de reconhecimento. O louco parece à primeira vista distinguir-se por não ter necessidade de ser reconhecido. Mas essa suficiência que ele tem de seu próprio mundo, seu auto compreensibilidade que parece caracterizá-lo, não deixa de apresentar alguma contradição”. (LACAN, 1955-56/1988, p. 93).

O que se vê é a falta de conhecimento a respeito dessas situações que não se apresenta como fim do sujeito, mais leva ao autoconhecimento tão necessário para o convívio consigo mesmo e dentro da sociedade.

Corroborando com esta assertiva, encontra se a sociedade, reino da vivência onde, o aprofundamento da crise existencial se presenta por trazer em seu bojo exigência quase que impossível de serem atendidas, sufocando ainda mais a pessoa que tenta sobreviver enfrentando inúmeros problemas internos e externos.

Para tal controle e disciplina existe o discurso que apresenta a solução para quase “todos” os problemas que a pessoa humana enfrenta, e quase como um passe de mágica, encontra guarida no coração daqueles que cansados de tanto lutar, prefere ceder a confiança aos aspectos arrolados pelo discurso, do que estudar sua estrutura e compreender que trata se de um discurso altivo, sem fundamento, sem apontar soluções mais conclamando o povo a aceitar que o Estado cuidará dos seus cidadãos.

Foucault analisando o efeito do discurso, apresenta as sutilezas e manifestação atingida, àqueles que aceitam e contemplam extasiado de euforia:

“A arqueologia busca definir não os pensamentos, as representações, as imagens, os temas, as obsessões que se ocultam ou se manifestam nos discursos; mas os próprios discursos, enquanto práticas que obedecem às regras. Ela não trata o discurso como documento, como signo de alguma coisa, como elemento que deveria ser transparente, mas cuja opacidade importuna é preciso atravessar frequentemente para reencontrar, enfim, aí onde se mantém a parte, a profundidade do essencial; ela se dirige ao discurso em seu volume próprio, na qualidade de monumento. Não se trata de uma disciplina interpretativa: não busca um “outro” discurso mais oculto. Recusa-se a ser “alegórica”. (FOUCAULT, 1969, p. 159)

Nada mais distante da realidade social convivida trazendo um rastro de não enfretamento dos problemas sociais e pessoais que não são combativos frente a situação presenciada, muito pelo contrário, estão cada vez mais distantes de uma possível solução, vivendo do paliativo descontruído por falácias e sofismas.

Na esteira da vanguarda encontra-se Foucault que provoca através dos escritos, através da desconstrução, do paradigma do discurso que não é se quer interpretado:

“O primeiro motivo condena a análise histórica do discurso a ser busca e repetição de uma origem que escapa à toda determinação histórica; o outro a destina ser interpretação ou escuta de um já dito que seria, ao mesmo tempo um não-dito”. (FOUCAULT, 1969, p. 28).

Frente a este problema visível se depara o que pode ser chamado a análise do discurso: frente a realidade social.

A proposta será fazer com que ao estar se analisando o discurso aponte como este está enfrentando ou não a realidade social, que para melhor compreensão, para efeito de tratamento particular neste trabalho está sendo chamado de realidade social dividido em dois grupos: 1) pessoas que vivem em situação de risco quer esteja no mais cruel dos problemas que é a linha de pobreza e que acredita piamente que o Estado irá ajudar, mudando sua condição social, para melhor; 2) são aqueles que por conta dos discursos se alienam a ponto de enfrentarem uma ruína em sua vida mental colocando no altar das suas crendices todos seus pertences mais importantes que é a liberdade para pensar e escolher o que é a sua verdade; no entanto se cravou em seu ser a não aceitação de forma alguma de qualquer mudança de seu jeito de pensar, de encarar a vida e da possibilidade de mudança; este grupo sem margem de dúvida, dentro da sociedade passa a se tornar o mais perigoso, por tratar se de pessoas que foram hipnotizadas pelo discurso populista e que não aceitam se quer conversar a não ser de exaltar e admirar aqueles que usurpam o poder.

   A base da pesquisa se centrará nestes dois grupos, convergindo ora para a espécie de discurso que os alcançam, ora para aqueles que não possuem quase nada e se alimentam também mais do discurso social que passa a ser seu estilo de vida e sua condição de viver.

Esta é a vocação que carrega o discurso, ocultar seus propósitos atrás de palavras muito bem arrumadas, frases de efeito e apresentar “o objeto do desejo”, em assim fazendo, é certo que contará com a anuência, daqueles que empunham o chamado poder:

“O discurso – como a psicanálise nos mostrou – não é simplesmente aquilo que se manifesta (ou oculta) o desejo; é também aquilo que é o objeto do desejo; é visto que isto a história não cessa de nos ensinar- o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mais aquilo, por que, pelo que se luta, poder do qual podemos nos apoderar, permitir a transubstanciação e fazer do pão um corpo”. (FOUCAULT, 1996, pág. 10-11)

Nesta linha foucaultiana, é possível vislumbrar a mística do discurso e observar como se pode chegar longe usando as formas variadas que ele se apresenta.

1. O efeito do discurso para as massas

Um dos pensadores e filósofos que trataram deste tema foi Foucault que buscando através de suas aulas explicar a seus alunos os efeitos e como pode funcionar um discurso que possui como regra fundamental, dissociar àqueles que o escutam, aliena los e trazerem para realidade daquele que está predicando, de forma auspiciosa, com a clara intenção de trazer para seu lado sem parcimônia a massa, que lhe servirá de manobra. Para estender o assunto o próprio pensador assim se expressa:

“Uma cumplicidade primeira com o mundo fundaria para nós a possibilidade de falar deles, nele; de designá-lo e nomeá-lo, de julgá-lo e de conhecê-lo, finalmente, sob a forma da verdade, é o discurso ele próprio que se situa no centro da especulação, mas este logo na verdade, não é se não um discurso já pronunciado, ou antes, são as coisas mesmas ou os acontecimentos que se tornam insensivelmente discurso, manifestando o segredo de sua própria essência. O discurso nada mais é do que a reverberação de uma verdade nascendo diante de seus próprios olhos; e quando tudo pode enfim, tomar a forma do discurso, quando tudo pode ser dito a propósito de tudo, isto se dá porque todas as coisas, tendo manifestado intercambiado seu sentido, podem voltar à interioridade silenciosa de conseqüências de si”. (FOUCAULT,1996, pág. 48-49)

Como se pode verificar, o filósofo apresenta as bases fundamentais de um discurso que não tem por obrigação fazer o público escolher, ou pensar, mais única e exclusivamente, em sua essência transmitir o que a massa quer ouvir, sem associar sua prédica, a qualquer ideia que possa ser convalidada, sua preocupação primeira é criar uma ilusão que a população aceite como verdade e viva através desta linha, de preferência cegamente, tornando se cúmplice estreita e irreal.

Ainda nesta esteira de ideias pode se perceber o poder desestruturação que é um efeito normal que pode causar um discurso, claramente o que importa é se esta condição será conduzida para melhorar a vida das pessoas que escutam, ou será como uma erva daninha que destrói a tal ponto, que pode não ser possível reestruturar aqueles que passaram por este processo. E é este o ponto de partida para se conduzir uma análise destituída de ideologias. Vale salientar o que disserta Pêcheux:

 “Não se trata de pretender aqui que todo discurso seria como um aerólito miraculoso, independente das redes de memória e dos trajetos sociais nos quais ele irrompe, mas de sublinhar que, só por sua existência, todo discurso marca a possibilidade de uma desestruturação-reestruturação dessas redes e trajetos: todo discurso é um índice potencial de uma agitação nas filiações sócio-históricas de identificação (…)” (Pêcheux, 1990a, p. 56).   

Desta feita é bom observar o contraponto que apresenta “a possibilidade de uma desestruturação-reestruturação dessas redes”, formulando de forma basilar a questão central do efeito do discurso, ainda e se aventura dizer que “todo discurso é um índice potencial de uma agitação nas filiações sócio-históricas de identificação”, ou seja, o discurso se não bem conduzido, se com outra forma de propositiva busca acertar uma ou as situações seria como Voltaire afirma “esse seria o melhor do mundo”, porém, o que se percebe de forma astuciosa é que discurso divide, e causa agitação, colocando parte da população contra o restante que não aceita as posições anunciadas e passa ser assim, um perigo a todo custo a segurança e continuação de uma sociedade. Sem a pretensão de pessimista ou buscando galgar o campo das ideias sem colaborar com ideologias que movem as massas mais destrói seu poder de individualidade e senso do livre arbítrio.

“Há um ponto de suma importância nesta cultura do discurso é perceber com a ideologia se apresenta, para tanto cumpre apresentar: Tudo que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo. Em outros termos, tudo que é ideológico é um signo. Sem signos não existe ideologia. […]. No domínio dos signos, isto é, na esfera ideológica, existem diferenças profundas, pois este domínio é, ao mesmo tempo, o da representação, do símbolo religioso, da fórmula científica e da forma jurídica, etc. Cada campo de criatividade ideológica tem seu próprio modo de orientação para a realidade e refrata a realidade à sua própria maneira. […]. Cada signo ideológico é não apenas um reflexo, uma sombra da realidade, mas também um fragmento material dessa realidade”. (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 1992, p.30-32).

É importante fazer este diálogo entre os pensadores trazendo o mesmo tema para não se apegar a uma só posição, mais poder abrir novos prismas na pesquisa, se referendando ao debate franco, dentro do próprio texto.

Bakhtin traz elementos que atuam diretamente sobre a questão ideologia, e de forma perspicaz afirma: “Há um ponto de suma importância nesta cultura do discurso é perceber com a ideologia se apresenta, para tanto cumpre apresentar: Tudo que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo”. Desta feita é perfeitamente aceitável inferir que a ideologia carrega sempre a força de transformar um discurso em um padrão de significados que sobrevive a com a figura do signo, que está fora de si.

Nesta linha de ideologia Bakhtin, exsurge com um pensamento vigoroso e claro, podendo clarificar e tornar a compreensão mais fiel as suas ideias:

“Os sistemas ideológicos constituídos da moral social, da ciência, da arte e da religião cristalizam-se a partir da ideologia do cotidiano, exercem por sua vez sobre esta, em retorno, uma forte influência e dão assim normalmente o tom a essa ideologia. Mas, ao mesmo tempo, esses produtos ideológicos constituídos conservam constantemente um elo orgânico vivo com a ideologia do cotidiano; alimentam-se de sua seiva, pois, fora dela, morrem, assim como morrem, por exemplo, a obra literária acabada ou a idéia cognitiva se não são submetidas a uma avaliação crítica viva. Ora, essa avaliação crítica, que é a única razão de ser de toda produção ideológica, opera-se na língua da ideologia do cotidiano”. (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 1992, p. 122).

Desta feita é salutar, e não esgotando o tema, mais podendo atentar para sua amplitude estender um pouco mais de Bakhtin, para selar a ideia que ele propõe:

“O objeto do discurso do falante, seja esse objeto qual for, não se torna pela primeira vez objeto do discurso em um dado enunciado, e um dado falante não é o primeiro a falar sobre ele. O objeto, por assim dizer, já está ressalvado, contestado, elucidado e avaliado de diferentes modos; nele se cruzam, convergem e divergem diferentes pontos de vista, visões de mundo, correntes. O falante não é um Adão bíblico, só relacionado com objetos virgens ainda não nomeados aos quais dá nome pela primeira vez” (BAKHTIN, 2003, p. 299-300).

Na completude da ideia posta inicialmente, fica mais claro ouvir o mesmo autor completando sua ideia e ampliando o significado o que contribui para construção do texto, enriquecendo e dando azo a compreensão. Nesta frase carregada de significância se percebe a riqueza do texto “O objeto, por assim dizer, já está ressalvado, contestado, elucidado e avaliado de diferentes modos; nele se cruzam, convergem e divergem diferentes pontos de vista, visões de mundo, correntes”. A contextualização fica firmada sem necessidade de explicações suplementares.

Foucault para dar o tom certo da questão, apresenta de forma muito específica e grandiosa o efeito do discurso, afirmando que a palavra poderia envolve lo:

“Gostaria de me insinuar sub-repticiamente no discurso que devo pronunciar hoje, e nós que deverei pronunciar que, talvez durante anos. Ao invés de tomar a palavra, gostaria de ser envolvido por ela e levado por bem além de todo começo possível. Gostaria de perceber que no momento de falar uma voz sem nome me precedia há muito tempo: bastaria então que eu encadeirasse, prosseguisse a frase e me alojasse, sem ser percebido, em seus interstícios, como ela me houvesse dado um sinal, mantendo-se, por um instante, suspensa. Não haveria, portanto, começo; e em vez de ser aquele de quem parte o discurso, eu seria, antes, ao acaso de seu desenrolar uma estreita lacuna, o ponto de seu desaparecimento possível”. (FOUCAULT, 1996, pág.5-6)

Com sua sútil maneira de apresentar e de descrever como se pode alcançar através do discurso, usar a palavra e como o pensador diz “Ao invés de tomar a palavra, gostaria de ser envolvido por ela”. Não uma quimera, mas um jeito próprio de dizer que a palavra tem o poder de se tornar o próprio poder, usando aqueles que pensam usa-la.

2. A realidade social pós o discurso

Após análise despretensiosa completando a ideia geral do tema, cumpre analisar a questão da realidade social, pós discurso, o que é relevante para mostrar o contraponto que deveria se esperar, e o que de fato acontece. 

Como a linha do trabalho está explorando esta questão de ideologia, com discurso e principalmente com a possibilidade clarificar e enfrentar a questão suscitada:

“Em nosso entender, pois, a ideologia para a AD consiste na representação da relação imaginária com o mundo real no interior dos processos discursivos. […] A isso gostaríamos de acrescentar que, por um lado, o discurso, enquanto prática   discursiva, trabalha para que o efeito de sentido discursivamente construído produza a ilusão de sentido único; por outro lado, a AD trabalha sobre a materialidade discursiva, procurando desconstruí-la para determinar os funcionamentos discursivos que promovem a instauração dessa ilusão, da mesma forma que procura analisar os processos de significação dos quais participa o efeito de sentido construído pelo discurso como sentido único”. (INDURSKY, 1997, p. 20-21).

Outrossim, fica a importância e a seriedade que é proferir um discurso, principalmente quando ele tem o alcance das massas, porque dependendo de quem o profere o estrago pode ser inevitável e mais, pode muito bem se preparar e analisar de forma coerente sem subestimar aqueles que o ouvem.

“O desejo diz: “eu não queria ter de entrar nesta ordem arriscada do discurso; não queria ter de me haver com o que tem de categórico e decisivo; gostaria que fosse ao meu redor como a transparência calma, profunda, indefinidamente aberta, em que os outros respondessem a minha expectativa, e de onde as verdades se elevassem, uma a uma; eu não teria se não de me deixar levar, nela e por ela, como um destroço feliz”. E a instituição responde: “você não tem porque temer começar: estamos todos aí para te mostrar o discurso está na ordem das leis; que há muito tempo se cuida de sua aparição; que lhe foi preparado um lugar que o honra mais o desarma; e que, se lhe ocorre ter algum poder, é de nós, só de nós, que ele lhe advém”. (FOUCAULT, 1996, pág. 07).

Foucault ainda expõe que uma vez que será necessário em alguma ocasião adentrar e fazer discurso indica que “gostaria que fosse ao meu redor como a transparência calma, profunda, indefinidamente aberta, em que os outros respondessem a minha expectativa”[…] assim apresenta o filosofo o ideal a ser perseguido por aqueles que tem que fazer um discurso,” transparência, calma, indefinidamente”, porém, se perceber a sociedade tem sido conduzida como massa de manobra, ouvindo os discursos com o teor exato do que quer, e pior sendo afetadas pelos discursos destorcidos e calculadamente planejados.

Assim seguem aqueles que detêm o poder como se tivessem a solução social, sem perceber ao redor o que realmente está acontecendo, fica com invisível, passando a sair do discurso para o culto ao orador, ao discursante, ao líder e por extensão ao partido.

Perquirindo a proposta de se analisar qual o efeito do pós discurso uma vez que normalmente ele vem carregado de emoção, de promessas, de esperança é perceber como a sociedade se defende sobre estes casos, ou se torna apática ante o inevitável.

Nesta confrontação cabe apresentar de forma translúcida o que mantém um poder que mesmo sendo desmentido pelos seus próprios atos no pós discurso é muito bem abordado por Foucault, quando afirma:

“O que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é simplesmente que ele não pesa só como uma força que diz não, mas que de fato ele permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso. Deve-se considerá-lo como uma rede produtiva que atravessa todo corpo social muito mais do que uma instância negativa que tem por função reprimir”. (FOUCAULT, 2008, p.11).  

Esta é uma prova contundente de que a massa de manobra funciona através da “produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso”, no que se refere a produzir, cria por exemplo um plano que dê aos mais carentes uma quantia em dinheiro; a “indução ao prazer” vem de promessas, e algumas poucas realizações que no fundo é obrigação do Estado fazer, mas que apresenta como se fosse o único que poderia fazer; esta forma de conduzir a sociedade não é nova, já há muito existia e o povo também sempre foi pego por esta fragrância pós discurso.

Esta é a terrível realidade que muitas sociedades vivem, ao depender exclusivamente do bom humor, dos seus governantes, uma vez que ficam numa dependência anacrônica, sem saber o que fazer se não houver de alguma forma a participação do Estado.

“É dispensável dizer que, na realidade concreta, a obediência dos súditos é condicionada por motivos extremamente poderosos, ditados pelo medo ou pela esperança – seja pelo medo de uma vingança das potências mágicas ou dos detentores do poder, seja na esperança de uma recompensa nesta terra ou em outro mundo. A obediência pode, igualmente, ser condicionada por outros interesses e muito variados”. (WEBER. Ciência Política – duas vocações, p. 58)

Com a implantação desta dependência de forma lenta e gradativa, mesmo se mudando o regime de monarquia para república, a forma de tudo funcionar mudou tão pouco que é quase imperceptível. Há só uma aparência de que estamos num mundo novo e que não existe a Aristocracia e muito menos a Monarquia. É de bom tom apontar que da forma como foi dificilmente voltará a ser, mais que o formato, a pompa, mais há todo um glamour que toma conta daquele que detém o poder e que se esquece que pela questão da eleição direta, ou seja, com a participação do povo que ele pode assumir a função, que é transitória e temporal.

Não é sem razão que eleitos pelo povo, depois muda a Constituição, e se dedica única e exclusivamente a permanecer ad eterno, imaginando possuir ele único a possuir solução para se eternizar no trono.

É inequívoca que este pensamento de Hobbes é o sonho de todo aquele que governa a sociedade, contudo, esta conduta em pleno século XXI, tem que se resignar a ficar apenas no sonho. “Porque enquanto cada homem detiver o seu direito de fazer tudo quanto queira todos os homens se encontrarão numa condição de guerra”. (HOBBES. 2008. p. 113).

A sociedade também tem o papel gregário que pode ser considerado a forma de as pessoas formarem famílias e constituir um novo micro sociedade, esta forma que sempre existiu é a maneira mais pueril de controle e disciplina, tendo sido de forma literal sucumbido a tudo e todos, pois quando se tem uma família mesmo que queira tomar determinadas decisões fica muito difícil quase impossível.  Nesta esteira se refere Erich Fromm que há muito mais desejo na cultura mercantil do que resolver a questão só com amor

“O caráter superficial das relações humanas leva muitos a esperar que poderão encontrar profundidade e intensidade de sentimentos no amor individual. Porém, o amor a uma pessoa e o amor ao próximo são indivisíveis; em qualquer determinada cultura, as relações amorosas são apenas uma expressão mais intensa do grau de relacionamento entre os homens que predomina naquela cultura. Por conseguinte, é uma ilusão esperar que a solidão do homem, cujas raízes se encontram na orientação mercantil, possa ser curada pelo o amor individual.” (FROMM. 1981. p. 71).

Muito embora seja impossível a desconstrução mental, pois o mercantilismo está arraigado e por isso, que quando se ouve um discurso que promete ofertar bons salários, abertura de novos postos de trabalho todos ficam completamente embasbacado. Com isso a sociedade se entrega sem haver comparações e sem que haja algum óbice, e continua esta escalada de poder através do discurso que muito bem preparado e que ao ser ouvido muda se de posição. A própria cultura[1] acaba por sofrer transformações, muitas vezes alterando paradigmas essenciais para manter as raízes. Freud já alertava sobre esta possibilidade.

E na busca de soluções sociais se perde o elã de tudo que é importante dentro de uma sociedade, perde-se o respeito, e tudo que acontece acaba por produzir fenômenos como crime[2], toda sorte de síndromes, e toda sorte de problemas que poderiam e deveriam ser evitadas caso não houvesse ao assumir o cargo a ideia com tanto benefício e poder.

Outrossim se exsurge a pergunta, o que de fato como sociedade se pode esperar, após os discursos cheios de dialéticas e com rasgo de propedêutica, reduzindo ouvinte a mero expectador, sem poder jamais duvidar, até que o pós discurso demonstra ter sido outra coisa.

“Trata-se de marcar um território ou de conquistá-lo? Trata-se de disciplinar súditos e fazê-los produzir riquezas ou trata-se de construir para a população algo que seja um meio de vida, de existência, de trabalho”? (FOUCAULT, Segurança, Território, População. 2008. p. 39-40).

A inquirição perdura ante o ato falho do governo de após conseguir seu plano volta-se a fazer o que bem lhe apetece sem se importar com a sociedade, no final pensa ele todos esquecerão mesmo. Com esta certeza de ausência de cobrança, sem se importar com absolutamente nada deixa se levar por tudo que poderia surtir uma verdadeira e próspera mudança. Mas não foi com este objetivo que foi feito aquele discurso[3].

O cenário apresentado embora possa conter um grau até maior de pessimismo aparente, parte da observação entre as várias sociedades e quanto tem que fazer para conseguir sobreviver, porque embora tenham acreditado (e nesse ponto, a pergunta chave é: não acreditaram antes e viram malfadados seus sonhos? Por que esqueceram da última vez que a mesma coisa foi prometida, apenas agora com um novo rosto? A questão é que pior do o ceticismo é perder totalmente a esperança e confiança de que dias melhores virão.

“Quando, com razão, objetamos ao nosso estado cultural atual o quão insatisfatoriamente ele preenche nossas demandas por uma organização da vida capaz de proporcionar felicidade; o quanto de sofrimento, que possivelmente poderia ser evitado, ele consente; quando, com uma crítica implacável, procuramos descobrir as raízes de sua imperfeição, fazemos uso, certamente, de nosso legítimo direito, e não nos mostramos inimigos da cultura. É lícito esperar que gradativamente venhamos a impor essas mudanças à nossa cultura, mudanças que satisfaçam melhor as nossas necessidades e escapem a essa crítica. Mas talvez também venhamos a nos familiarizar com a ideia de que há dificuldades ligadas à essência da cultura e que nenhuma tentativa será capaz de resolvê-las. Além das tarefas de restrição dos impulsos, para as quais estamos preparados, impõe-se a nós o perigo de um estado que se pode chamar de ‘miséria psicológica da massa’. Esse perigo ameaça sobretudo ali onde o laço social é produzido principalmente por meio da identificação dos membros entre si, enquanto as personalidades dotadas de espírito de liderança não alcançam aquela significação que lhes deveria caber na formação da massa”. (FREUD. O mal-estar da cultura. 2010. p. 131-132).

Após considerar sem sombra de dúvida que o pós discurso tem um caráter revelador e patético, sobrando para repor as energias retiradas de uma sociedade[4] que combalida não aguenta mais esperar uma guinada de esperança, que já acreditou que fez sua parte mais nada, absolutamente nada alterou os problemas que sentia antes e que continua sentindo nos dias atuais.

Mas mesmo diante deste quadro aterrador fica se a impressão, que o ser humano se adapta e se ajusta a uma situação, que seja pior do que era antes.

A única coisa a temer de uma sociedade que assim se adapte, é quando ela não suportar mais e se impõe, em manifestações que está bem próxima do que aconteceu com a monarquia com a revolta da população enferma e pior, morrendo de fome. O pensador ainda responde dando demonstração de qual é a verdadeira intenção do governo para a sociedade:

“Mais precisamente, podemos dizer o seguinte: os interesses são, no fundo, aquilo por intermédio do que o governo pode agir sobre todas estas coisas que são, para ele, os indivíduos, os atos, as palavras, as riquezas, os recursos, a propriedade, os direitos, etc. Mais claramente, se permitem, tema simplíssimo: digamos que, num sistema como sistema precedente, o soberano, o monarca, o Estado, agia, tinha direito, estava legitimado, justificado para agir sobre o quê? Pois bem, sobre as coisas, sobre as terras. O rei era muitas vezes, não sempre, considerado proprietário do reino. Era a esse título que podia intervir.[…] Podia agir sobre os súditos já que, como súditos, estes tinham com o soberano certa relação pessoal que fazia que o soberano pudesse, quaisquer que fossem os direitos dos próprios súditos, agir sobre tudo.[…] A partir da nova razão governamental – e é esse o ponto de deslocamento entre a antiga e a nova, entre a razão de Estado e a razão do Estado mínimo –, a partir de então o governo já não precisa intervir, já não age diretamente sobre as coisas e sobre as pessoas, só pode agir, só está legitimado, fundado em direito e em razão para intervir na medida em que o interesse, os interesses, os jogos de interesse tornam o indivíduo ou determinada coisa, determinado bem ou determinada riqueza, ou determinado processo, de certo interesse para os indivíduos, ou para o conjunto de indivíduos, ou para os interesses de todos, etc. O governo só se interessa pelos interesses. O novo governo, a nova razão governamental não lida com o que eu chamaria de coisas em si de governamentalidade, que são indivíduos, que são as coisas em si. Ele lida com estes fenômenos da política que precisamente constituem a política e os móveis da política, com estes fenômenos que são os interesses ou aquilo por intermédio do que determinado indivíduo, determinada coisa, determinada riqueza, etc. interessa aos outros indivíduos ou à coletividade.” (FOUCAULT. O Nascimento da Biopolítica. 2008. p. 61-62)

Nesta quase equação montada por Foucault, percebe-se que entre o intervalo entre a monarquia para outro regime, só se mudou mesmo o nome, o que não se viu na prática foram as mudanças prometidas, e que de verdade nunca chegarão, pois, como já foi dito, há uma fila enorme onde os pobres, aqueles que estão a ponto de perder a casa e que não sabem mais a quem recorrer, o governo pura e simplesmente vira as costas e não aceitam mais reclamações, pois afinal há outras prioridades e a questão social não é não foi e não será primal na escolha de fazer um plano econômico, ou o planejamento de governo.

A situação é contingenciar e administrar todos os problemas que advenha do não cumprimento da promessa.

Para a questão econômica pode se utilizar o que diz o filósofo e pensador:

“O que nos conduz, claro, à conclusão de que, pois, bem, só há uma política social verdadeira e fundamental: o crescimento econômico. A forma fundamental da política social não deve ser algo que viria contrabalançar a política econômica e compensá-la; a política social não deveria ser tanto mais generosa quanto maior o crescimento econômico. O crescimento econômico é que, por si só, deveria permitir que todos os indivíduos alcançassem um nível de renda que lhes possibilitasse os seguros individuais, o acesso à propriedade privada, a capitalização individual ou familiar, com as quais poderiam absorver os riscos”. (FOUCAULT. 2008. p. 198)

É importante entender a lógica plicada pelos governos, quanto menor a sociedade tiver, mais controle o governo terá sobre eles, afinal o que importa é manter o país funcionando para que os olhos do mundo enxerguem o país. E pensando assim, os governos desprezam seu cidadão, sua sociedade e simplesmente trabalham por acordos internacionais que em sua grande maioria não beneficia o povo, a sociedade, daí há certeza que o governo em sua empáfia, não socorre os menos favorecidos, dando verdadeiras migalhas que, para quem não tem nada passa a ser uma quantia que caí do céu.

Destarte tudo que se pode dizer é que o pós discurso traz a pessoa de volta a realidade social, infelizmente, de forma triste e sofrida.

Conclusão

Diante de todo exposto, observando a questão do discurso para a massa como forma de manobra, e perscrutando a questão do pós discurso ficou claro que o governo não tem interesse em mudar o estado das coisas até porque a sociedade tem sido tolerante, não vai passar do limite, então pra que mudar?

Pois então, de uma forma geral se percebe esta manutenção de que tudo é válido para fazer com que não precise se mexer com os donos das grandes fortunas e por outro lado, distribui de qualquer forma, através de um programa social, algumas poucas coisas de graça, que o povo, a sociedade vai sossegar, esta tem sido a linha que se observa entre os governos, em especial aqui na América do Sul, que volte e meia passa por uma mudança de governo radical, e depois que verifica-se que nada deu certo ele simplesmente deixa no baú das esperanças não alcançadas e finge que está tudo bem.

Esta é a pior coisa que um governo pode fazer, pois da inércia, algumas coisas que deveria ser controlada pelo governo, deixa- se a mercê do povo. Desta feita nada se pode fazer, a não ser acreditar que quem sabe numa próxima eleição surja um candidato que realmente se preocupe com a sociedade.

Enfim, a pretensão do trabalho não foi esgotar o tema, mais sim provocar a outros aceitarem a se capitanearem outros novos artigos baseados neste assunto.

 

Referência
BAKHTIN, M.; VOLOSHINOV, V. N. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 6ed. São Paulo: Hucitec, 1992.
 BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. do russo de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
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FOUCAULT, M. Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir. 35ª ed., Rio de Janeiro: Petrópolis. 2008.
FREUD, S. O Futuro de uma ilusão. Rio Grande do Sul: Porto Alegre.
L&PM Pocket. 2010.
FREUD, S. O mal-estar na cultura. Rio Grande do Sul: Porto Alegre. L&PM Pocket. 2010.
INDURSKY, F. A fala dos quartéis e outras vozes. Campinas: Editora da Unicamp,1997.
LACAN, J. (1955-56). O seminário, livro 3: As psicoses. Tradução de Aluísio Meneses. RJ: Jorge Zahar Editores, 2ª ed., 1988.
PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni Orlandi. Campinas, SP: Pontes,1990.
 
Notas:
[1] Traçando um ponto de partida daqui até ao alcance que a sociedade carrega, fica evidente que todo um sistema defendido através de discursos, demonstra fragilidade na hora de fazer valer o que realmente importa para sociedade, assim, a indagação proposta e respondida por Freud é válida em nossos dias: “Fica-se assim com a impressão de que a cultura é algo imposto a uma maioria recalcitrante por uma minoria que soube se apropriar dos meios e poder de coerção. Obviamente, é fácil supor que essas dificuldades não estão ligadas à natureza da própria cultura, mas que são condições às imperfeições das formas de cultura até agora desenvolvidas. Não é difícil, de fato, indicar defeitos. Enquanto a humanidade fez progressos contínuos no que diz respeito à dominação da natureza e pode esperar outros ainda maiores, não é possível constatar com segurança um progresso análogo na regulação dos assuntos humanos, e é provável que me todas as épocas, tal como ocorre agora novamente, muitas pessoas tenham se perguntado se vale mesmo a pena defender essa parcela da aquisição cultural. […]. Parece, antes, que toda cultura tem de ser construída sobre a coerção e a renúncia aos impulsos; não parece nem mesmo assegurado que a maioria dos indivíduos esteja preparada para assumir o trabalho necessário à obtenção de novos bens vitais caso cesse a coerção. A acho que é preciso contar com o fato de que em todos os homens há tendências destrutivas, ou seja, antissociais e anticulturais, e que num grande número de pessoas elas são fortes o bastante para determinar o seu comportamento na sociedade humana”. (FREUD. O futuro de uma ilusão. 2010. p. 38-39)

[2] “Essa semiotécnica das punições esse ‘poder ideológico’ é que, pelo menos em parte, vai ficar em suspenso e será substituído por uma nova anatomia política em que o corpo novamente, mas numa nova forma inédita, será personagem principal. E essa nova anatomia política permitirá recruzar as duas linhas divergentes de objetivação que vemos formar-se no século XVIII: a que rejeita o criminoso para ‘outro lado’ – ao lado de uma natureza contra a natureza: e a que procura controlar a delinquência por uma anatomia calculada das punições. Um exame da nova arte de punir mostra bem a substituição da semiotécnica punitiva por uma nova política do corpo”. (FOUCAULT. Vigiar e punir. 2008. p. 86)

[3] A sede pelo poder, o desejo de possui lo apenas como uma satisfação pessoal, tudo junto com a quantidade de promessas que aquele que ocupa o poder fez, para financiamento de campanha, os vários cargos que terá que oferecer aos chamados de aliados, põe por terra qualquer possibilidade mínima de cumprir o que prometeu, e o discurso, aquele que fez pessoas sonharem, chorarem, aquele este Foucault explica com toda singeleza. “Como se para nós a vontade de verdade e suas peripécias fossem mascaradas pela própria verdade em seu desenrolar necessário. E a razão disso é, talvez, esta: é que se o discurso verdadeiro não é mais, com efeito, desde os gregos, aquele que responde ao desejo ou aquele que exerce o poder, na vontade de verdade, na vontade de dizer esse discurso verdadeiro, o que está em jogo, senão o desejo e o poder? ” (FOUCAULT. A ordem do discurso. 2009. p. 19-20).

[4] Buscando no modelo econômico utilizado em vários países, chega se a conclusão que por sua vez haja a cumplicidade do governo eleito pela sociedade de fazer o mínimo que se espera dele, assim sendo sobra o que quando não há nenhuma demonstração a sociedade de que as mudanças prometidas irão acontecer, e por que? Mais uma vez sem parcimônia Foucault responde: “O liberalismo por sua vez, é atravessado pelo princípio: ‘governar-se sempre demais’ – ou, pelo menos, é preciso sempre suspeitar que se governe demais. […] A racionalização da prática governamental, em termos de razão de Estado, implicava sua maximalizarão em condições otimizadas na medida em que a existência de Estado supõe imediatamente o exercício do governo”. (FOUCAULT. Resumo dos Cursos do Collège de France 1970- 1982. 1997. p. 91).


Informações Sobre o Autor

Marcos Antônio Duarte Silva

Doutorando em Ciência Criminal UBA Mestre em Filosofia do Direito e do Estado PUC/SP Especialista em Direito e Processo Penal formado em Direito e Teologia Professor de Processo Penal e Direito Penal da Faculdade de Rondnia FARO Professor de Pós-Graduação da UNIJIPA pesquisador da PUC/SP e da CNPq


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